Terra de duendes

14 de fevereiro de 2018 / viagens

Na minha primeira viagem com o Luc à bordo, o destino escolhido foi a Irlanda, terra de origem viking, da antiga cultura celta, repleta de mitos, lendas e da famosa festa de Saint Patrick, um catequizador “do bem”.

Em Dublin, cidade tão cinzenta quanto calorosa, nos encontramos com a minha filha Julia. Era agosto de 2014 e, na época com dezenove anos, ela estava há 7 meses fazendo curso de inglês.  Um dos principais destinos de estudantes que querem aprender inglês sem gastar muito, a capital da Irlanda oferece receptividade e o espírito festivo e descontraído de seus habitantes.

Com a maninha em Dublin

Com a maninha em Dublin

No Trinity College, universidade de maior prestígio no país, estudam cerca 17 mil alunos, dos quais 2.700 alunos estrangeiros. Lá está a Old Library com sua incrível arquitetura a estilo dos filmes de Harry Potter, decorada com bustos e a harpa mais antiga da Irlanda, símbolo nacional.

De tradição fervorosamente católica, ainda hoje os irlandeses tentam se livrar de marcas deixadas pelo longo período de dominação moral da igreja católica, que se fortificou na Irlanda no pós-Grande Fome. Marcas como o abuso de crianças e o aprisionamento de mulheres cujo comportamento era considerado “indecente” (leia mais neste post). No entanto, os irlandeses respeitam seu passado duro e pobre, e hoje, esbanjam alegria e simpatia. Há pubs em todo lugar, até dentro de igrejas. A combinação de música tradicional irlandesa, cerveja Guiness e muita risada é garantida a qualquer hora do dia.

 

Temple Bar, em Dublin

Temple Bar, em Dublin

Com o Luc à bordo, curtimos especialmente os parques da cidade, que são muitos. Sempre que possível, colocava ele na grama e o deixava engatinhar e explorar por conta própria. Com um ano recém completo, foi durante essa viagem que ele deu seus primeiros passinhos.

No Malahide Castle, na vila costeira de Malahide, o tour pelo castelo é uma viagem pela história da Irlanda. Há também o museu do transporte, os jardins secretos e um centro do visitante com restaurante e uma simpática loja de artesanatos. Levamos o dia todo para atravessar o Phoenix Park, um dois maiores da Europa. No final, tivemos um momento mágico: o encontro com um bando enorme de cervos que vive no parque. Deixei o Luc se ambientar com eles (e vice-versa), até que um deles se aproximou pra fazer contato 😉

A apenas 38 km de Dublin, nas Wicklow Mountains, a paisagem muda drasticamente. Conhecidas com o “Jardim da Irlanda”, essa região de lagos, vales e cachoeiras já foi usada diversas vezes como locação de filmes, como o “Coração Valente”.  Num tour de um dia, é possível visitar as montanhas, o vale monástico de Glendalough e Kilkenny, a capital medieval da Irlanda.

Parquinho no centro de Galway

Parquinho no centro de Galway

Dublin está na costa leste, no entanto, é na costa oeste da Irlanda que se encontram as paisagens mais espetaculares. Vale a pena reservar de três a quatro dias, alugar um carro e explorá-la a partir de sua “capital”, Galway.

Sem coragem de encarar a mão-invertida, optei ir à Galway de ônibus e contratar os tours das empresas que operam na cidade. Menos flexibilidade, porém mais tranquilidade. No caminho, as paisagens iam ficando cada vez mais bucólicas: longos muros de pedra, pastos de ovelhas, castelos em ruínas. O gaélico, língua nativa ainda presente, aparece nas placas e no palavreado das pessoas mais velhas.

Aran Islands é um conjunto de três ilhotas próximas a Galway, visitá-las é fazer uma viagem à Idade Média. Escolhemos a menor, Inis Óirr, justamente porque pretendíamos explorá-la a pé. Mapa na mão, saímos em busca das principais atrações, as ruínas do O’Briens Castle, o navio MV Plassey, que à época de seu naufrágio em 1960 presenteou os moradores da ilha com um belo estoque de uísque, e a Teampall Chaomháin, a capela afundada.  Na praia, o Luc colocou os pezinhos na água do mar pela primeira vez…e não gostou. Foi uma estreia gelada.

 

IMG_1872

A caminho das ruínas do O’Briens Castle, em Inis Óirr

Ainda no Condado de Galway, o Connemara National Park abrange quase três mil hectares de montanhas cênicas, pântanos, lagos e florestas. É lá que está, à beira do lago, o Kylemore Abbey, imponente residência de Mitchell Henry, magnata irlandês, transformado em convento de freiras beneditinas.

Nos despedimos da Irlanda com o cenário magnífico dos Cliffs of Moher, um conjunto de penhascos de mais de 200 metros de altura e extensão de 8 km, uma das atrações mais visitadas no país.

Cliffs of Moher

Cliffs of Moher

Da Irlanda seguimos para a Suíça visitar Neuchâtel, a cidade amarela, Vevey, a “Riviera” suíça e Zermatt, point de esquiadores. Veja como foi

Leia também:

Desenvolvido por Desenvolvido por Geosfera