Nasci, 04.07.2013

27 de maio de 2015 / momentos

04.07.2013, 06:50 da manhã – Fui pra sala de espera de parto, onde havia outras 3 mulheres, todas esperando suas cesáreas (me senti meio constrangida quando as contrações apertaram e comecei a gemer alto, só eu – louca  – fazendo barulho na sala). Enquanto colocava meu traje de paciente no banheiro, outra contração (esta doeu!). Deitei na maca, uma enfermeira de touca branca com bolinhas vermelhas veio conversar comigo simpaticamente, fazer perguntas de rotina. Ligou pra minha médica e…surpresa: ela disse que não viria fazer meu parto. Nem se preocupou em dar explicações. Mas sabe que nem me abalei, estava centrada nas contrações e só pensando que logo teria meu bebê no colo, com ou sem médica.

Na maca, as contrações aumentaram de intensidade rapidamente, e começou a ficar difícil ficar na posição deitada. Como se não bastasse o incômodo, a enfermeira furou meu braço algumas vezes até achar a veia pra colocar o soro. Uma hora depois e os gemidos já viraram urros. A esta altura constrangimento era a última coisa que eu tinha, só pensava em respirar fundo e tentar relaxar pra aguentar a próxima contração. Sentia falta do Johnny ao meu lado, mas ao mesmo tempo pensava se ele não ficaria nervoso/ansioso a ponto de me desconcentrar, então deixei pra lá.

Às 07:30 aproximadamente fui pra sala de parto, e a enfermeira saiu pra chamar o Johnny. Conheci a médica que iria fazer o meu parto, uma senhora baixinha, grisalha e descabelada. Praticamente um Einstein com seios, de onde pude vê-la. Me instalaram na maca de parto, prenderam minhas pernas pra cima, nisso veio a contração. Passou, resolvi abordar a médica sobre o único procedimento que gostaria de pedir, que era pinçar o cordão umbilical somente após parar de pulsar para permitir as últimas pulsagens do meu sangue para ele. Ao que eu ouvi dela: “Isso é mito”. Infelizmente, não tive tempo de debater.

Nisso, ouvi meio ao longe a enfermeira pedir pro Johnny entrar pois o bebê estava prestes a nascer, e ele pergunta “Dá tempo de tomar um café?”. Resposta: “Nãããão, vc precisa ir logo colocar o avental e a touca…”. Veio a segunda contração e comecei a urrar. A médica deu a dica: pare de segurar a força na garganta e direcione pra baixo. Na hora me lembrei “É claro!” e mandei ver pra baixo. Nem vi quando o Johnny entrou na sala com câmera a postos disparando loucamente, só sei que senti um ardor tremendo lá embaixo e a cabeça do bebê passando. Segundos depois, chorinho de bebê, meu choro, alívio, muuuuita emoção. O Luc nasceu às 07:50, na segunda contração.

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